quinta-feira, 24 de abril de 2014

Experiências culinárias longe de casa – França.


Atualmente, os jovens brasileiros estão descobrindo o mundo  como estudantes no exterior, graças aos vários programas de intercâmbio oferecidos no Brasil.
Neste post, nossa convidada é Tereza Junqueira, estudante de Marketing  da ESPM - São Paulo, SP, que há quase um ano está na França.

“Minha vinda para a França aconteceu graças ao programa de bolsa de estudos dada pelo governo brasileiro chamado “Ciências Sem Fronteiras”. Foram 6 meses de processo seletivo no Brasil até que em junho de 2013 recebi uma carta informando que tinha sido selecionada para estudar comunicação na Universidade de Avignon, de setembro de 2013 até junho de 2014. 


Para começar, eu teria que fazer um curso de francês na cidade de Perpignan, no sul da França, antes de iniciar os estudos em Avignon. Assim,  eu deveria estar em Perpignan até o dia 1o. de julho. Foi nessa hora que a ficha caiu!

Estava a caminho de outro país, sozinha, e tinha menos de um mês para me despedir de todo mundo: família, amigos e namorado. Acho que nenhuma dificuldade que eu tenha passado na França (e foram várias!) tenha sido pior que o momento da despedida no aeroporto e depois sentar-me solitária na sala de embarque esperando um voo para “um mundo” totalmente desconhecido.

Os dois meses que passei em Perpignan foram as melhores férias de verão da minha vida.  As aulas aconteciam no período da manhã; à tarde ficávamos (eu e os outros estrangeiros – entre eles alguns brasileiros) por conta dos passeios organizados pela universidade: praia ou para lugares turísticos nos Pirineus, a cordilheira  localizada entre a França e a Espanha, ou ainda visita às cidades da Catalunha como Figueiras e Barcelona. O melhor: tudo de graça!

Em relação à alimentação, era tudo perfeito! Muita ‘coisa’ diferente encontrada nos supermercados e padarias: potes de 840g de Nutella por apenas três euros e barras ‘super’ baratas de chocolate Lindt e Milka de sabores que nunca tinha visto no Brasil. E por mais que brincamos sobre franceses andando na rua com as baguette –que os franceses carregam debaixo do braço pelas ruas- são incrivelmente boas, sem falar nos croissants, pains au chocolat, crepes e todos os outros doces que eles sabem tão bem fazer. 
Era realmente tudo muito gostoso, porém, infelizmente, não podemos viver sempre de praia e porcarias, né?

Chegando em Avignon começaram as aulas e as coisas foram ficando mais complicadas. Cursar dez matérias em outra língua não é muito fácil. Várias vezes eu não tinha a mínima ideia do que o professor estava falando. Mas com o tempo fui pegando um pouco o jeito das aulas , conhecendo melhor a cidade -que diga-se de passagem é linda- e repensando minha alimentação.

Antes desse intercâmbio, não estava acostumada a preparar meu próprio almoço e jantar diariamente. No começo eu me virava basicamente com o restaurante universitário e fast foods, o que já era melhor do que os pães, croissants e Nutella. Mas logo fui ficando enjoada de comer sempre as mesmas coisas –no restaurante universitário a comida nunca estava temperada e tudo tinha sempre o mesmo gosto.

Surgiu, então, a necessidade de realmente começar cozinhar. Mas, se assistir aulas em uma língua estrangeira é complicado, imagine ir ao supermercado sem saber o nome das frutas, vegetais, etc. Inicialmente, eu anotava o nome de tudo e buscava a tradução quando chegava em casa para descobrir o que eram e como poderia prepará-los. Um dia, comprei um vegetal chamado “radis”, quando cheguei em casa descobri que tinha acabado de comprar nabo! Descobri também, que eu nunca soube no Brasil como era um nabo!

Quando comecei a cozinhar, tentava fazer coisas bem simples, mas com o tempo comecei a experimentar coisas novas, principalmente receitas e ingredientes tradicionais da culinária Provençal e Mediterrânea. Comecei até a ler sobre vinhos e harmonização com diferentes pratos já que a bebida é uma parte tão importante da cultura francesa.

Atualmente acho que eu posso dizer que me viro relativamente bem na cozinha: sei fazer coisas simples como um arroz e strogonoff que antes não sabia. O que mais gosto, porém, são massas. Elas são fáceis de fazer e nos dão uma possibilidade imensa de sabores diferentes, dependendo de cada molho. Gosto de pesquisar e testar receitas diferentes .

Para enviar uma receita para o blog pensei em várias receitas exóticas de molhos como, por exemplo, um de beterraba com queijo de cabra e nozes. Mas por fim decidi fazer uma receita com os principais ingredientes que fazem parte da gastronomia do sul da França: o queijo, as azeitonas, o tomate e, é claro, o vinho!

A receita é um talharim cozido no vinho tinto com molho de tomates, azeitonas e queijo tipo feta”.

Talharim no Vinho Tinto


Ingredientes:




500g de tralharim
500ml de vinho tinto
250g de tomates cereja
6 tomates (picados sem pele e sem semente)
100g de azeitonas pretas
150g de queijo feta
4 colheres de azeite de oliva
2 dentes de alho
manjericão
pimenta e sal a gosto






Preparo:

- Massa
Para o cozimento do talharim, faça-o conforme as instruções da embalagem, porém retire-o do fogo uns 2 minutos antes do recomendado, escorra uma parte da água e termine o cozimento adicionando 300 ml de vinho.

- Molho
Em uma frigideira coloque um dente de alho picado e duas colheres de azeite. Quando o alho começar a dourar, adicione os tomates cerejas partidos ao meio junto com o manjericão e frite os tomates por mais ou menos 2 minutos. Retire-os da frigideira e reserve.
Em outra panela, adicione novamente alho e azeite e quando o alho começar a dourar, adicione os 6 tomates e o restante do vinho. Tampe a panela e deixe cozinhar até que os tomates comecem a dissolver. Adicione, então, o manjericão, o sal e a pimenta a gosto. Em seguida adicione as azeitonas pretas e o tomate cereja e cozinhe por mais 1 minuto.

"Agora é só servir sobre a massa, adicionar por cima o queijo feta e bom apetite!", encerra Tereza.





Lindo prato, Tereza!
Certamente deve estar apetitoso. 
Obrigada pela contribuição!

Vamos testar sua receita e comentar, ok?

Com carinho, 

Angela Caruso

4 comentários:

  1. Me deu até água na boca lendo esse post !! hahahaha Ela era a responsável pelos jantares aqui em casa em fim de semana, e era sempre sensacional, um macarrão melhor que o outro!

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  2. Que legal, Lucas! Tenho certeza de que quando ela voltar irá cozinhar muita coisa boa.

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  3. Ângela e Tereza, não vou me arriscar a fazer o prato, pois o resultado não deverá ser dos melhores. Podemos aguardar o retorno da Tereza para combinarmos de fazer a massa aqui em casa ou na fazenda. O Caruso e a Ângela serão nossos convidados. E os ingredientes, claro, ficam por minha conta!

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  4. Angela excelente depoimento da estudante. Vontade não falta de participar de um intercâmbio para a França

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